Assim surgem as grandes ideias: uma maçã que nos cai na cabeça, uma brisa suave que nos acaricia a face, uma folha que de velha flutua até o chão, uma frase dita do nada... E surge, então, a teoria da relatividade. E basta que um simples, porém atento golpe de vista, ou que qualquer um de nossos sentidos captem momentos como esses para que grandes invenções sejam registradas, carimbadas e rotuladas para ganhar vida própria no senso comum. Pronto, primeiro plágio. Saiba, daqui para frente, que se fores acompanhar esse ainda despretensioso blog, encontrarás inúmeras referências àqueles que carinhosamente chamo de mestres. Estreia, nessas linhas um displicente trocadilho com a lúdica canção “Plunct Plact Zum” do irreverente e inesquecível Raul Seixas.
Voltando ao que interessa, ocorre que em uma rotineira reunião de trabalho, na qual feliz e eventualmente aconteceu uma pequena pausa para elucubrações, eu solto um despretensioso “Sócrates que o diga!”, dito ao finalizar uma colocação acerca do que, nem com muito esforço, consigo me recordar. Pronunciada a enfática frase, não é que meu chefe, a quem eu já havia falado sobre minha adiada vontade de criar um blog, levanta-se inesperadamente da cadeira e deixa a sala, para a qual ele retorna, de forma mais inesperada ainda, com o computador nas mãos, cheio de instruções.
“Entra nesse site!”, ordenou-me ele. Obediente, com um clique após outro, escrevi, marquei, desmarquei, confirmei e, poucos minutos depois, estava pronta esta página, na qual discorrem estas frases ainda meio desnorteadas. Desse ato de despretensiosa criação, surgiu este blog, com nome e tudo... Esse, que surgiu de uma ideia solta, cuja pretensão era única e exclusivamente demonstrar a intenção desta simples jornalista em comparar seus pensamentos aos do grandioso filósofo ateniense, o maior, em minha modestíssima opinião.
Bem, muitos dias depois, obrigo-me a escrever o primeiro texto a ser publicado no meu tão sonhado blog. Tá, você deve estar se questionando quanto ao porquê de tanto esmero, já que todo mundo tem blog hoje em dia. Pois eis aí o grande “y” da questão. Nota: sempre achei essa letra mais enigmática que o “x”. E convenhamos: nas equações matemáticas a presença do “y” era sempre aquela que literalmente fazia a gente pensar: “Como é que eu vou resolver essa p$%#@”. Enfim, como se não bastasse ser difícil a tarefa de escrever em uma página que menciona um dos maiores gênios de todos os tempos, ainda tinha eu que vencer minha recorrente preocupação em não fazer mais do mesmo.
Daí que, seguindo o conselho desse mesmo chefe, cujo primeiro texto de seu blog serviu-me de grande inspiração para o adiado começo, convenço-me de que, em determinadas circunstâncias, o perigo de esperar até conseguir criar algo novo nos remete, inadvertidamente, ao desnecessário risco de chegar a lugar nenhum, se desprezamos, por excesso de preciosismo, o caminho pelo qual tantos percorrem para chegarem onde querem, não importa o destino que almejem.
Conselhos seguidos e apelos amigáveis atendidos, decido-me por escrever sobre o que gosto de falar. Desta forma, dou vida a esta página com a resumida história que explica o nome deste blog que, por sua vez, se constitui sua gênese. Nesse ponto de partida, a única coisa da qual estou certa é que, no afã de expressar opiniões e pensamentos próprios, a melhor tática é não se preocupar com a linha, mas deixar que as palavras fluam livres, guiadas pelo pensamento e pelo coração. Pois, aqui, relato minhas experiências de vida, na qual cada dia é um novo capítulo que escrevo, sem me preocupar com os próximos, pois dos amanhãs, só sei que vivo hoje um eterno começo.